O tipo cheerleader




O histerismo é uma característica maioritariamente feminina, mas também chega a alguns espécimens pseudo-masculinos. Digo pseudo-masculinos porque se é mau nas mulheres, é horrível nos homens.
Tudo é um entusiasmo e merece ser comemorado com saltinhos, palminhas e guinchos. O facto de estarmos a viver em crise, tem extinguido estes seres, substituindo-os por "Gremlins" sempre dispostos a dificultar a vida ao próximo. Se a minha vida vai mal, a tua também vai ficar: este é o lema actual da sociedade.
Na adolescência tive uma colega de turma que era uma autêntica cheerleader, com selo de qualidade e tudo. Não é que eu não gostasse dela, mas ela irritava-me tanto que me levava a fazer-lhe as maiores maldades, na esperança de a fazer perder o pio pelo menos por algumas horas. Não, nunca ganhei essa batalha, ela achava sempre que eu era uma brincalhona e soltava mais uns guinchos de contentamento, em forma de agradecimento pela minha atenção para com ela.
Num desses dias, numa das nossas aulas com um professor que era muito baixo, ele trouxe para a aula uma micro caneta, daquelas que quase nem se consegue segurar, porque os dedos são maiores que ela. A pensar conseguir que a minha colega entusiasta fosse expulsa e eu pudesse descansar os ouvidos durante uma hora, disse-lhe para perguntar ao professor se o tamanho da caneta era proporcional ao resto e ela assim o fez e ainda juntou uns saltinhos, uns risinhos e umas palminhas e o olhar de orgulho para mim. O professor olhou para ela e continuou a aula como se nada tivesse acontecido!
Acho que foi nesse momento que me apercebi que o karma existe, mas nem sempre está do nosso lado.



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