Sou daquelas pessoas que enjoa em qualquer transporte, então quando me lembro de ler qualquer coisa ou simplesmente olhar para o telemóvel, fico logo num estado miserável.
A doença das viagens ou da movimentação surge em nós por uma confusão dos sentidos. A par das informações do nosso sentido visual, são igualmente avaliados no nosso cérebro os dados do nosso órgão de equilíbrio, o ouvido, assim como dados relativos à sensibilidade corporal e ao movimento. Quando não seguimos constantemente os movimentos exteriores de forma óptica relativamente a pontos fixos estabelecidos, podem surgir relações de engano na recepção dos sinais pelo cérebro. Os sinais recebidos são comparados a padrões habituais guardados e quando esses sinais são erróneos, não conseguem ser coordenados com nenhum deles e o resultado é a activação de uma série de sintomas: sonolência, dores de cabeça e vontade de vomitar.
Quando lemos em viagem, surge um conflito - os olhos lêem emitindo o sinal que está tudo calmo, mas o sentido de equilíbrio vai registando as curvas e emite o sinal de que está tudo em movimento. O corpo começa a transpirar, sobe o nível de hormonas de stress no sangue e a dada altura, o estômago começa a reagir...
Curiosamente, as crianças são menos propensas a este tipo de sintomas, começando a reagir durante a puberdade e atingindo sem piedade mulheres e homens de igual forma.