O objectivo da viagem ao Egipto era visitar a cidade do Cairo e as Pirâmides, um dos meus sonhos e realizado nestas férias de Verão.
Saímos de Sharm El Sheik ainda de madrugada para apanhar o avião até à cidade do Cairo. O programa era visitar as Pirâmides logo pela manhã, provavelmente porque não aguentaríamos o calor noutra altura do dia, mas sobre as Pirâmides falarei noutra publicação. Depois da visita às Pirâmides fomos almoçar num barco sobre as águas do rio Nilo, a vista era linda, mas a comida foi a coisa mais horrível que já pus na boca. Socorro!
Enquanto nos deslocávamos de autocarro pela cidade até aos pontos do nosso programa, íamos observando como era a cidade e a vida quotidiana dos egípcios.
O Cairo é uma cidade enorme, tem mais habitantes que Portugal inteiro, logo, seria de esperar algum caos, próprio de uma cidade de grande dimensão, mas não o que testemunhei....  Quase não existe sinalização nas estradas - não há placas a indicar o caminho, não há semáforos e muito menos passadeiras para os peões. O trânsito é tudo ao molho e fé em Alá, não há regras, é andar. As buzinas são uma constante. Os carros são maioritariamente velhos ( carroças podres ), todos amassados e riscados.
Esta cidade parece uma favela gigante ou acabada de ser destruída por um furacão! Cheia de ruelas com lixo a esvoaçar e mercados pelo meio. É tudo castanho, cor de terra e tudo cheio de lixo, contrastando com alguns casarões e palácios. Nesta cidade há uma rua que se diferencia de todas as outras, uma rua situada junto ao Nilo que, segundo o guia, era ou ainda é ( não sei ) a rua onde só podiam morar europeus. Essa rua é limpa, com passeios e árvores e prédios normais com vidros nas janelas e telhados no tecto.
Ao inicio da tarde fomos visitar uma "fábrica" onde se fazem os papyrus. Lá explicaram-nos como se fazem e o que significam, como foram o primeiro papel a aparecer no mundo. Tinha alguns mesmo maravilhosos e outros que brilhavam no escuro. Fiquei encantada, mas não comprei nenhum, era muita pressão - estava ocupada a tentar que um egípcio largasse do meu pé!
Seguidamente fomos visitar o Museu do Cairo, onde se encontram obras fantásticas, tais como, o Túmulo de Tutankhamon - eu parecia uma criança numa loja de brinquedos. Pena não permitirem tirar fotos lá dentro e temos de deixar os nossos gadgets na entrada, pois adoraria poder mostrar-vos a tamanha beleza daquelas obras. Ao vivo é tudo de uma grandiosidade atroz, que me fazia vaguear pelos corredores num misto de espanto e alegria, enquanto ia ouvindo o guia a contar partes das histórias de cada peça antes de me desviar para outro corredor. Só vimos uma pequena parte, pois o museu possui cerca de 150.000 obras.
Depois do museu fomos a uma mesquita, que segundo o guia, é a mesquita mais importante do Cairo. Tivemos a oportunidade de viver por uns minutos como muçulmanos, todos viradinhos para Meca e a rezar para não apanharmos nenhuma doença. As mesquitas têm altifalantes nos cumes e na hora da oração, toda a cidade reza ao som que é transmitido, estejam onde estiverem. É uma coisa assustadora!
Para finalizar a nossa visita, fomos levados a um mercado local. Estes mercados são atrofiantes: muita pressão dos egípcios para comprarmos e uma mistura mortal de cheiros - suor, especiarias e essências, e tudo a altas temperaturas - senti-me como se me tivessem drogado. À medida que ia caminhando, a rua ia afunilando e os cheiros tornavam-se ainda mais intensos....
Depois desta experiência, fiquei doente o resto dos dias. Sou uma fracota!