O que é isso de ter estilo?




O estilo é a expressão da nossa individualidade. Tem de partir do nosso íntimo, até fazer tanto sentido que se torna parte de nós, que parece uma molécula do nosso ADN, tão pessoal quanto a nossa impressão digital.
O ponto de partida de um estilo próprio e belo é o auto conhecimento e a naturalidade, porque aprendi a gostar de mim e a valorizar as minhas qualidades, mas também porque aprendi a ter consciência das minhas limitações. É muito importante ter consciência daquilo que somos, sermos nós. O facto de nos sentirmos bem na nossa pele e esse sentimento transparecer nos outros.
Aquilo que funciona para mim, não funciona para todas as pessoas, mas o principio é o mesmo e universal.
Sempre fui fascinada por coisas bonitas, era o meu refúgio, fascinada pela maneira como o que vestimos fala por nós e como podemos encarnar personagens utilizando um visual diferente. Foi nas roupas e nos sapatos da minha mãe que dei os primeiros passos na odisseia de encontrar o meu estilo e, no entanto, transformei-me em alguém totalmente diferente dela. Quando olho para algumas fotos antigas penso: " Que raio de roupas eram aquelas?" ou " Que raio de cabelo era aquele?"
Cometer erros é necessário para podermos progredir e avançar, para crescermos e nos encontrarmos. Ao mesmo tempo, olhando para essas mesmas fotos, há algo que está lá, que se mantém inalterado, independentemente do visual. Isso é o estilo!
Para encontrarmos o nosso estilo é fundamental termos consciência do nosso corpo, sabendo lidar com as suas qualidades e as suas imperfeições, decidindo o que tapar e o que expor, o que apagar e o que realçar. Ou seja, implica fazer escolhas, as melhores.
O estilo deve estar em harmonia com o nosso corpo, mas também em consonância com o que não se vê - aquilo que está dentro de nós, para lá das aparências, pois é um reflexo de quem somos.
Uma dica imprescindível para se ter estilo é: inspira-te, mas não imites. Observa, mas não copies.
O estilo é sobretudo uma questão de atitude, mais importante do que o que levamos vestido é a maneira como levamos  e a confiança que projectamos ao fazê-lo. É um caminho que vamos desbravando, apurando e esculpindo à medida que o tempo passa.
Embora acredite que há pessoas que possuem qualidades inatas que as distingue de todas as outras, o resto dos mortais tem de trabalhar o seu estilo.
Com bom senso podemos encontrar uma coisa, ou até várias, que nos fique mesmo bem e tem muito mais impacto uma mulher que entra numa sala com uma expressão confiante, caminhando de forma segura e feminina, até misteriosa, do que uma cara bonita na qual reparamos mas que não prende a nossa atenção por mais do que um instante.
O estilo não tem idade e tê-lo aos vinte anos não é o mesmo do que tê-lo aos cinquenta.
O estilo é uma busca, não um dado adquirido.
O estilo é o que se tem, não o que se compra.
Todo o dinheiro do mundo não chega para comprar estilo, porque ele não está à venda. Quer isto dizer que é inato, que uns nascem com estilo e outros não? Não propriamente. Quer dizer que está dentro de nós e cabe-nos dar-lhe forma, corpo e alma. Também significa que não é preciso ter muito dinheiro, nem gastar fortunas, para ter estilo.
A palavra estilo vem do latim "stilus" que era o instrumento pontiagudo que os escribas da Antiguidade utilizavam para gravar palavras. O "stilus", assim como o estilo, estava ligado à mão de quem o escrevia. Simboliza a origem, a identidade. Por isso o estilo é único e a busca pelo nosso, feita de descobertas e desilusões é a parte mais excitante, reveladora e enriquecedora de todo o processo.

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