Emily Tinne, a primeira maníaca por compras de que há registo


                                                   (o guarda-roupa de Emily Tinne)

Emily Tinne nasceu em 1886, na Índia e com sete anos mudou-se para Inglaterra, mais propriamente para Liverpool onde conheceu o seu futuro marido, Philip Tinne, médico de profissão. Casaram-se em 1910, tinha ela 24 anos.

                                        ( Emily e Philip Tinne no dia do seu casamento)

Algures em 1910, Emily Tinne começou a fazer compras.... durante um período de 30 anos, entregou-se a um acto de massiva aquisição, uma fome por roupas novas que só teve fim em 1940, quando o governo emitiu cadernetas de racionamento.
Os vestidos, casacos, chapéus, lingerie, sapatos, estolas e peles que Mrs. Tinne comprou eram mais do que qualquer pessoa poderia usar em toda uma vida e representam agora o maior espólio museológico individual do vestuário de uma mulher, do estilo pessoal de uma única mulher, uma mera fracção do qual foi exposta ao público na Walker Art Gallery de Liverpool, em 2005.

( um dos seus vestidos expostos )

Mrs. Tinne, como uma verdadeira maníaca por compras, muitas vezes não desembrulhava sequer as peças que comprava. Durante meio século permaneceram nas caixas originais com a conta manuscrita, indicando a data, o preço e o local onde as tinha comprado.
Emily Tinne começou a fazer compras porque se sentia enfadada. Dizia-se que era uma mulher extremamente inteligente e ia até ao centro da cidade só para estar ocupada. 

                                                        ( retrato de Emily Tinne )

O que torna o guarda-roupa de Emily tão fascinante é que não figuram na sua colecção grandes marcas de estilistas, porque à semelhança da maioria das mulheres de província da classe média, ela fazia compras sobretudo nos armazéns locais. O preferido dela, tendo em conta as etiquetas, era o George Henry Lee que confeccionava as suas próprias cópias dos estilos mais modernos.
A sua filha, Alexine Tinne, acredita que a mãe comprava peles extravagantes e vestidos de noite para ajudar as empregadas de balcão que recebiam à comissão, pois ela nunca a viu a usar essas peças, nem tão pouco tinha uma vida social activa que dispusesse de ocasiões para as usar.

                                                   ( Emily Tinne e a sua filha)
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Emily Tinne encontrou no acto de fazer compras um prazer, o seu emprego, libertando-a do serviço doméstico (orientar os empregados da casa, note-se) e colocando-a em estreita proximidade de coisas belas e irresistíveis!




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2 comentários

  1. adorei a lição de historia, nem sabia que havia um museu , com isso , a mim parece-me mais uma acumuladora, pelo facto de maior parte das vezes nem desembrulhar, teve sorte que numa altura de extrema pobreza vivia bem,
    beijinhos linda

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    1. Os compradores compulsivos se mesmo isso, acumuladores. Muito gostava de ver e tocar nas coisinhas que ela comprou :D

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