O ano passado, nesta altura, eu estava tão infeliz, mas tão infeliz que nem me lembro como passei o dia dos namorados. Não deve ter sido grande coisa. O Amor falhou comigo e eu estava desiludida, devastada mesmo!
Um sentimento tão belo como o Amor, às vezes não passa de um desencontro...
 E esse desencontro é terrível para quem achava que estava no caminho certo, na sua vidinha de sempre. Ainda hoje guardo esse quelho imundo comigo, só para o caso de ter de voltar a passar por lá e poder reconhecê-lo. Como se chega lá? Pergunto-me imensas vezes. Como entramos num caminho cheio de flores e borboletas e melodias bonitas e acabamos num quelho enlameado e fétido?
Coisas não ditas, coisas ditas, segredos, sentimentos recalcados, envelopes não abertos e outros abertos, rotina, cansaço, insatisfação, arrependimentos e pensamentos: e se eu tivesse ido por outro lado? Teria sido mais fácil por lá? Teria sido melhor? Onde estaria agora? Eu pondero.... nunca saberei.
Foi este o caminho que escolhi traçar. Para ter uma chance, um começo, um recomeço, um novo começo.
Hoje, tudo está diferente. E como. Não imaginaria.
 Mudei de caminho? Vim para trás? Como se pode voltar atrás quando já se está cansado de tantos quilómetros percorridos? Contorna-se. Mais à frente, certamente, haverá um corte à direita ou à esquerda. São poucos, felizmente, os caminhos sem saída.
Um dia, o Amor veio até mim e eu nunca duvidei de o querer abraçar e acolher. Sempre fui muito segura de mim. Encontrou-me, salvou-me, destruiu-me e mudou-me.

Foi intenso.

E se a vida surgir para ti, da forma que surgiu para mim... se o Amor te caçar, encontrar e te capturar, irás segurá-lo firme? Cuidarás dele e o protegerás?
Espero que sim. Espero que consigas. Pois não há melhor sentimento no mundo.