Um dia vais morrer. Vais deixar de respirar, vais parar, e vais deixar de existir. Vais sair deste plano de existência física. Quer seja amanhã ou daqui a vinte anos, irá acontecer. Somos todos mortais. Não há escapatória. Podes ficar desanimado com estas palavras ou resistir à noção do teu fim mas, se estás à procura de verdade, essa é a única que está para lá de qualquer discussão. Vais morrer.
Imagina que estás no teu último leito. Ouves o bip... bip... bip... do monitor perto de ti. A tua saúde encontra-se num estado crítico, tens apenas mais umas horas de vida. Sentes a tua pulsação e a tua energia a desvanecer-se.
Aí deitado, começas a reflectir sobre a tua vida. Nunca fizeste a transformação que querias. Ficaste preso ao mesmo emprego, à mesma relação, ao mesmo corpo obeso até agora, ao dia da tua morte.
Planeaste dietas, mas nunca as seguiste. Disseste que ias fazer, ganhaste coragem mil vezes, mas nunca o fizeste. Lançaste dúzias ou até centenas de aventuras que transformariam a tua vida e depois cedeste.
Aí deitado na tua cama de hospital, com os teus entes queridos a aparecerem e a irem-se embora ao longo do dia, o que sentes?
Arrependimento? Remorsos? Tristeza?
O que darias para poder voltar atrás e fazer as coisas de uma maneira diferente. Se ao menos...
Os remorsos vão percorrer-te o corpo, a mente, o coração. Vai ser esmagador. Intolerável. Nem sabes se hás-de temer a morte ou acolhê-la, só para conseguires fugir a esta tristeza.
A única coisa de que te vais arrepender é de não tentares. De não te esforçares. De não insistires quando as coisas ficarem difíceis. E tudo isto te irá acontecer. Vais morrer. Vais passar por tudo isto em solidão, no isolamento tranquilo da tua consciência a apagar-se.

                                                      em "Não te F*das" de Gary John Bishop

Só temos uma vida. Tentemos fazer o melhor dela!