Sobreviver a pessoas tóxicas




Sempre que te deparares com alguém que, repentinamente, te dá o céu e a Terra, te elogia do nada, te coloca o ego nos píncaros, oferece-te mil presentes, dá-te razão em tudo, um verdadeiro anjo na Terra - o maior amor do mundo, a melhor amiga da vida, a colega mais fantástica - desconfia! Desconfia... e muito!
Achava eu que estaria livre de conviver com pessoas assim, mas enganei-me. Ninguém está livre de ter na sua vida uma ou várias pessoas tóxicas, disfarçadas de nossas grandes amigas, colegas e até, nalguns casos, nossos cônjuges.
Uma das técnicas mais usuais deste tipo de gente para nos iludir é utilizar as palavras "eu também", para gerar empatia. E a coisa resulta. Instintivamente, identificamo-nos com pessoas que têm coisas em comum connosco ou dizem ter. Até que um dia, a máscara cai.
Ninguém consegue fingir o tempo todo, nem para sempre e basta estar atenta para perceber que, afinal, aquela pessoa tão perfeita, mostra sérias incompatibilidades entre o que diz e o que faz ou vice versa.
Felizmente, nunca me magoei muito com nenhuma "amiga" ou "namorado", exactamente por ter a aptidão de me aperceber com alguma rapidez de coisas que não batem certo. Mas, não deixa de ser triste e de me desiludir.
Ao longo da nossa vida, há-de haver sempre alguém assim que nos rodeia e tenta minar o nosso bem-estar. Não há idade ou prazo limite. Ainda há uns tempos ouvi uma senhora de idade a falar sobre uma das suas amigas, o que me fez concluir que nada tem a ver com idade ou maturidade, mas sim, maneira de ser.
Então, é quando estamos mais vulneráveis que, mais rapidamente, distinguimos!
Quando estamos bem, tendemos a desvalorizar, mas quando precisamos (mais não seja, um pouco de atenção) é que começamos a ver com mais clareza.
O estado de graça ou a gravidez, nada tem de especial ou feliz (lamento informar), mas sim de uma total vulnerabilidade, à qual precisamos que as pessoas sejam mais carinhosas e atenciosas para nos fazerem sentir um pouco melhor.
Não sou, nem nunca fui, pessoa de demonstrar grandes afectos. Assim como nunca precisei de grandes atenções, mas exijo que sejam para mim o que sou para os outros - quando alguém precisa de mim, eu não lhes falho. Se eu comento que passei o dia no hospital porque a minha mãe teve um acidente, o mínimo que espero é que quando me voltem a ver, me perguntem por ela. Já nem faz parte de ser amiga, mas sim uma questão de educação. E acho que não custa nada mostrar essa atenção para com outra pessoa. Não dá trabalho nenhum e só fica bem.
Tenho uma amiga com a qual costumava sair de vez em quando, maioritariamente porque ela estava a passar por uma fase complicada e precisava de desabafar e se distrair. Tudo muito bem. Desde que a informei que estava grávida, nunca mais soube nada dela. Há uns tempos, encontrei-a por acaso e comentei: " Nunca mais disseste nada", ao que ela respondeu: "Tenho andado ocupada"....
 Porreiro. E não andamos todos?
Comigo está tudo bem, obrigada. E com a minha filha também. Agradeço muito a preocupação e farei os possíveis para retribuir quando for oportuno!

You May Also Like

0 comentários