Pós-parto - Puerpério: Um mês de maternidade




Agora que a minha filha já tem um mês, seguem algumas considerações sobre como é o pós-parto!
Primeiro de tudo, tenho de dizer que o meu parto correu às mil maravilhas, graças aos fantásticos profissionais do Hospital Lusíadas do Porto. Foram todos, sem excepção, fabulosos e só tenho de agradecer pela óptima experiência de parto que tive a sorte de viver. Não podia ter pedido melhor.

Ser mãe de um ser tão pequenino é um desafio enorme e esgotante. Não há livro, nem conselho que nos prepare para tal. Mas é, também, do melhor que há.
Quando o nosso filho sai da nossa barriga e o vemos pela primeira vez, é das sensações mais intensas que poderemos ter na vida. É inexplicável e fantástico.  Depois vem o dia (dias) a seguir...
É como se, de um momento para o outro, toda a nossa vida virou do avesso e entramos num ciclo caótico em que as dúvidas e o medo são uma constante. Que se lixe tudo o que lemos nos livros e na Internet, pois a prática é bem diferente e muito menos romanceada. Não há nada de linear em cuidar de um bebé. E ninguém nos avisou disso!!!
As mulheres têm a tendência de falar sobre a maternidade, como se tudo fosse um conto de fadas. Não é que não seja espectacular,que é, mas não é tudo maravilhoso como dizem. Acontecem coisas para as  quais não estamos preparadas e que nos atiram para uma espiral de ansiedade.
Hoje vou revelar algumas dessas coisas, aquelas que me lembro, pois a minha memória está de licença sem vencimento:
- quando saímos da maternidade, continuamos "grávidas". Sim, a barriga continua lá e vai continuar nos próximos tempos. #jenesuiscarolinapatrocinio
- essa barriga, não vai ser a barriga dura com um bebé lá dentro. Não. Vai ser uma barriga caída e mole que balança ao sabor do vento, qual Homer Simpson.
- nos primeiros dias, temos a sensação que os nossos órgãos andam todos à solta dentro do corpo e que baloiçam a cada passo que damos.
- a amamentação é dos tópicos mais controversos da maternidade, o verdadeiro bicho papão.A única coisa que oiço sempre é que o leite materno é que é. Não interessa se vocês querem ou não amamentar, se o leite não satisfaz o bebé, se os vossos mamilos parecem um chapéu de um trolha.... se não amamentarem o vosso filho, são umas péssimas mães. Só que não.
- ninguém nos explica como se procede a subida do leite, nem que as nossas mamas ainda vão crescer mais. De repente, dei por mim com um peito três vezes maior que o normal e duro como paralelos da calçada.
- também ninguém me disse que há bebés que rejeitam a mama e querem ver os nossos peitos ao longe, tornando todo o processo da amamentação ainda mais chato e cansativo.
- além das dores nos mamilos durante a amamentação que, felizmente, nunca tive (mesmo a usar máquina de extracção), temos também umas cólicas estranhas (dizem que é o útero a diminuir).
- podemos até perder os quilos a mais rapidamente, mas a retenção de líquidos não quer ir embora de jeito nenhum. Passado 1 mês ainda me sinto incomodada com o inchaço dos pés. Será que vou conseguir calçar os meus sapatos algum dia?
- as dores nas costas e nos braços passam a ser crónicas, de tanto segurar na nossa cria.
- às vezes, o desespero é tanto, que a única coisa que conseguimos fazer é chorar.
- tomar banho ou fazer as necessidades, assim como ter uma refeição de jeito, vão tornar-se um luxo.
- as tarefas domésticas cingem-se em trocar fraldas, dar de mamar e consolar esse ser humaninho que exige todo o nosso tempo.
- resmas de palpites em como devemos cuidar dos nossos filhos vão cair nos nossos ouvidos. A maioria deles é para nos diminuir como mães. Não há ninguém que saiba o que é melhor para o seu filho do que a sua mãe.
- ah e tal, os bebés apanham logo manhas, é deixá-los chorar. Nunca na minha vida.
- quem tem tempo para esterilizar seja lá o que for?
- a partir do momento em que a criança nasce, a mãe deixa de existir. Ninguém quer saber como está ou deixa de estar.
- e isto tudo a sangrar... ainda!

Independentemente desta lista, ser mãe e cuidar de um bebé recém-nascido (o nosso filho) é mágico e embora requeira muita paciência, força e carinho, não o trocaria pela vida que tinha antes. Nem por sombras :)

You May Also Like

4 comentários