A vida não é um mar de rosas e nem sempre nos sentimos plenas, tranquilas e razoáveis. Às vezes ficamos de coração partido e num tal desespero e tristeza que nem é bom lembrar. Às vezes apetece partir tudo para aligeirar a raiva e outras vezes só nos apetece aninhar com a nossa dor, até que ela vá embora.
Algumas vezes nos perguntamos como vamos superar isto? Será que conseguimos sorrir novamente? Muitas vezes dá vontade de fugir e começar do zero noutro lugar deste mundo imenso....
Se ao menos pudesse interromper a vida!
Há dias em que apetece não entender os outros, como se falassem outra língua ou tapar os ouvidos descaradamente, mostrando sem pudor a nossa falta de interesse. Depois há os dias em que nos apetece provocar, desafiar, meter o dedo na ferida. Há outros dias em que nos apetece morrer: por umas horas, dias ou na pior das hipóteses, durante uns meses ( até chegar o Verão ).
Uma réstia de forças contém-nos e obriga-nos a continuar a viver, mesmo que seja unicamente o respirar que nos distingue de um cadáver.
Não é boa ideia contrariar o mundo, ele não pára e não espera por nós só porque precisamos de fazer uma pausa.
Nestes dias, em que temos a cabeça virada do avesso e uma garrafinha de oxigénio era bem vinda, dá aquela ânsia de soltar a terrorista que há em nós e largar a bomba atómica que palpita no nosso coração, destruindo tudo aquilo que nos mata por dentro.
Se pudéssemos ir embora para pensar, dormir até que o cansaço se dissipasse, se a vida parasse e as cortinas descessem para o intervalo....
Depois de uma noite escura, vem sempre um dia radiante e só nos resta sacudir a tristeza, treinar o sorriso e abrir as portas para a vida que está lá fora.
Está tudo bem, já passou!