The true cost




Esta é uma história sobre roupa. Sobre a roupa que vestimos, as pessoas que fazem estas roupas e o impacto que tem no nosso mundo. É uma história sobre ganância e medo, poder e pobreza....
Assim é a introdução deste documentário, realizado por Andrew Morgan.


Começa por falar sobre a moda como a vemos e como é uma parte do que desejamos mostrar aos outros sobre nós mesmos. Explica que comunicamos quem somos, através da roupa. Como sempre foi a nossa comunicação pessoal, além da linguagem.


Este documentário questiona os custos reais da indústria da moda actual, ou a chamada Fast Fashion.
97% das roupas que vestimos, são feitas em países de terceiro mundo, como a China, o Bangladesh e o Cambodja.


Retrata, com testemunhos reais, a realidade das milhares de pessoas que trabalham nas fábricas têxteis em condições precárias, com salários baixíssimos e nenhuma segurança ou dignidade!
Alguém se lembra de uma fábrica que ruiu no Bangladesh, matando mais de 400 pessoas?


Os trabalhadores das fábricas de Fast Fashion são verdadeiros escravos que trabalham duro, horas a fio, sem qualquer direito. A maioria desses trabalhadores são mulheres que ganham cerca de 10 dólares por mês e são maltratadas e espancadas com pontapés, murros no peito e no abdómen para continuarem a trabalhar. Fazem-no por falta de opção e para tentarem proporcionar uma vida melhor aos seus filhos, que vêem uma ou duas vezes por ano.


Onde está a dignidade destas pessoas?
Dá vontade de chorar...


É um sistema doentio, que trabalha para o lucro a qualquer custo e para que o mundo continue a consumir massivamente.


Quando compramos uma T-shirt de 2 ou 5€ ( por exemplo ) só porque sim, estamos a pactuar com esta situação.
Não nos vai trazer alegria nenhuma, pois é uma peça sem qualidade que irá para o lixo depois da segunda lavagem e foi feita por alguém que sofre muito e que vive uma vida mais que miserável.


Além disso, a industria da moda é, também, a mais poluente do mundo.
Os químicos que são utilizados na fabricação das roupas têm um enorme impacto no ambiente e na saúde das pessoas.
Na Índia, onde é cultivado o algodão para a industria têxtil, um agricultor suicida-se a cada 30 minutos.


Desculpem-me então, se neste blog não há looks todas as semanas, com mais não sei quantos farrapos novos.
Sim, gosto de coisas novas e adoro moda, mas com qualidade e, de preferência, produzidas sengundo as normas e não à custa do sangue de alguém!


Pessoas não são coisas, não são máquinas. São seres humanos com sentimentos e direitos, além de deveres. Mais do que coisas novas, gosto que todos possam ter as mesmas oportunidades e uma vida digna.


Se quiserem um choque de realidade, vejam o documentário até ao fim. Mas lembrem-se, só porque não vêem, não quer dizer que não existe.



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