13 Reasons why
13 Reasons why é um murro no estômago!
É uma série sobre adolescentes, mas não para adolescentes. Até acho que é demasiado violenta para um adolescente comum, mas eu não consegui parar de ver, tal era a ânsia de chegar ao fim da temporada.
A história desta série é sobre Hanna e sobre as razões que a levaram a cometer o suicídio. Antes de se suicidar, Hanna gravou 13 cassetes audio a relatar as razões e as pessoas que a levaram ao acto e cada episódio é a revelação de um lado das cassetes. Essas cassetes têm instruções de quem as deve ouvir e em que vez, mas a série ou esta temporada ( pois não sei se haverá mais ), é um personagem em particular que as está a ouvir: Clay.
É de destacar o quanto Clay é fantástico e como gostava de ter um amigo como ele. Embora seja um adolescente confuso e perdido, como todos os adolescentes o são, é também destemido, honesto, justo e com uma personalidade forte. Não se deixa influenciar pelos colegas populares, é muito decente e está-se nas tintas para o que pensam dele.
Por um mundo com mais pessoas assim!
Esta série trata assuntos muito sérios e que são abordados de uma forma muito crua e chocante até.
Mostra duas perspectivas sobre amizades - as tóxicas que tão mal nos podem fazer e como podem mudar toda a nossa vida daí por diante, mas também aquelas tão importantes ao nosso desenvolvimento como seres humanos e que nos ajudam a superar os obstáculos e desafios da vida.
Acredito que as nossas amizades são as maiores influenciadoras na construção da nossa maneira de ser e sim, afectam a nosso desenvolvimento, especialmente na adolescência que ainda estamos a descobrir quem somos.
Outra coisa importantíssima que esta série aborda, são os relacionamentos familiares. Tem um exemplar de vários: Boas famílias, mas com problemas financeiros; desestruturadas com adições de álcool e drogas; famílias que fecham os olhos diante comportamentos desviantes dos filhos; etc. Sim, está muito perto da vida real!
Tudo nesta série tem uma razão de ser, nada foi deixado ao acaso.
Apesar de ser contemporânea, ela transporta-nos para os anos 80. As cassetes de audio são uma parte óbvia, assim como a banda sonora. A banda sonora é FABULOSA. Ela representa as nuances das emoções das personagens - ternura, raiva, medo, insegurança, introspecção. E, além disso, ela transmite emoções ao espectador. É por isso que nos envolve tanto.
No final, está série é um abrir de olhos. Faz-nos pensar em tanta coisa, em como vivemos e como as nossas acções têm impacto nos outros. Faz-nos ter vontade de sermos pessoas melhores. Afinal, se os outros tivessem agido de outra forma, Hanna não se teria suicidado!
Actualmente, percebo em coisas e situações mínimas, que falta empatia às pessoas. Muitas vezes, até desconhecidos, descarregam em nós as suas frustrações de uma forma brutal, gerando ainda mais problemas. Deixámos de nos colocar no lugar do outro, para só olharmos para o próprio umbigo.
Nunca sabemos o que se passa com o outro, quais são as suas lutas, e como a nossa atitude irá influenciar a sua reacção às coisas. As nossas acções e reacções, são gatilhos que amplificam as sensações ruins da vida das outras pessoas e é exactamente isso que esta série nos mostra, ao dar-nos a conhecer Hanna.
Depois de assistir, fica-se com um vazio e um sentimento de culpa angustiante. E é por isso que acho esta série fantástica. Não põe paninhos quentes. Toma, embrulha e agora lida com isso!
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